Yamas: espiritualidade e moralidade

Quando as pessoas pensam sobre Yoga, as primeiras imagens a surgir são, provavelmente, as posturas físicas. No entanto, a obra mais influente e respeitada sobre o Yoga e sistematizada entre os séculos III e II a.C. - Yoga Sūtras de Patañjali - coloca a busca da qualidade ética e moral do ser humano como primeiro passo deste caminho milenar de descoberta do Ser. Os Yamas são os preceitos éticos e condutas para uma sincera vida de Yoga. São as bases essenciais que sustentam as demais práticas.

Os Yamas são o primeiro dos oito membros do Rāja Yoga, o Yoga Clássico. Yama significa, em sânscrito, controle ou domínio. Trata-se de dominar os impulsos egocêntricos que insistem em nos iludir e nos separar do próximo e do Todo para abrir espaço para vivenciarmos os cinco Yamas, que são valores humanos fundamentais para a construção de uma vida pessoal e social mais saudável, equilibrada e justa. Os cinco Yamas são:

Ahimsā: a não-violência e o respeito incondicional com todas as formas de vida.
Satya: a verdade (no pensar, falar, sentir e agir humanos).
Asteya: não roubar, invejar ou se apropriar do que não é seu.
Brahmācārya: canalizar a Energia Divina para a realização do bem maior, abstendo-se ou não desvirtuando a prática sexual.
Aparigrāha: o não apego.

A prática dos Yamas é, por si mesma, um caminho de autoconhecimento a partir da observação e aprimoramento das relações que estabelecemos com o mundo, sempre na direção do inegoísmo, fraternidade e amor incondicional, ou seja, uma jornada que nos leva à evolução espiritual e percepção de nossa comunhão com o Todo a partir de nossas próprias ações, desde as mais corriqueiras às mais grandiosas.

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